Beatles Abbey Road - TCA - 04/08/2017

Autor: João Taboada   •   06/08/2017

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A Beatles Abbey Road é uma banda nacional e que, segundo como divulgado, é conhecida mundialmente, inclusive por George Martin, ex-produtor musical dos Beatles (os originais). Como a banda de Liverpool, é composta por quatro integrantes: Carlos Picchi (que seria o Ringo Starr - bateria), Maury D’Ambrosio (o George Harrison - guitarra principal), Ricardo Junior (Paul McCartney - baixo e vocais) e Luis Fernando Gomes (John Lennon - vocais e instrumentos acessórios) e tocam, obviamente, covers dos Beatles.

Tocar Beatles é uma responsabilidade. Beatles é Beatles. Por mais que ainda existam aquelas pessoas que torçam o nariz para aqueles quatro garotos que surgiram na Inglaterra na década de 1960, cantando músicas meio nonsense e com cabelos comportadinhos, não há como negar sua importância, tanto pela qualidade, inovação e variedade (e quantidade) do trabalho, como pela influência que exerceram em outras bandas e no comportamento social. Beatles é Beatles.

Bom, o show, marcado para as 21h (dia 04/08/2017 - Teatro Castro Alves - SSA-BA), começou às 21h10, aproximadamente, porque afinal o público precisava de tempo pra chegar e encontrar seus lugares. O TCA é caxias com horários. Isso é bom, porque ao contrário de uma parte das produções locais, que deixam que o público determine o horário de início, lá, o público que chega na hora certa não perde tempo esperando à toa por causa dos retardatários. E foi bastante público. Contei, no decorrer do show, três cadeiras vazias do meu lado. De resto, o espaço parecia lotado. Não conhecia o Beatles Abbey Road e fui ao show mais por influência de minha irmã e sem criar grandes expectativas. Pra mim, seria uma apresentação tradicional de covers. Mas, claro, uma apresentação de covers de uma banda que foi criada antes de eu nascer e que, décadas depois de sua dissolução, ainda ouvimos em algum lugar como na TV, no rádio, na internet e... em shows!

A minha expectativa de ver apenas um show de covers aos poucos foi se desfazendo (como na música de Amado Batista) no decorrer da apresentação e me surpreendendo. Primeiro, porque o evento iniciou com um vídeo falando sobre a banda e cujo final coincidia o momento em que os músicos entravam no palco no vídeo e no show: o final de um era o ínício do outro. Segundo, porque o show tinha uma estrutura: as músicas não foram colocadas aleatoriamente. Foram agrupadas dentro das três fases em que o show foi dividido. E terceiro porque havia uma preocupação com o figurino e a parte cênica (que completava a ambientação com luzes e vídeos incidentais).

Na primeira fase foram apresentados sucessos como "I Wanna Hold Your Hand", "Please, Please Me", "From Me To You", "All My Loving", "I Wanna Be Your Man", "I Saw Her Standing There", "A Hard Day's Night", "Love Me Do", "Roll Over Beethoven" e "Help" (claro), dentre outras. Destaque para "Yesterday", com a letra da música na tela e para "Twist and Shout" quando a banda pediu para o público cantar em pé e que, por sorte, não se movimentou muito. Com aquela quantidade toda de gente se mexendo, acho que o TCA iria ruir. A segunda fase, a psicodélica, foi antecedida por um vídeo com a a apresentação de Thunderbird falando sobre os instrumentos usados pelos Beatles como o baixos Hofner e Rickenbacker, de Paul McCartney, e as guitarras Gretsch e Epiphone, de George Harrison. Eis que aparece, então, a Abbey Road trajando as mesmas roupas usadas na capa do "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", marcando a fase psicodélica e entoando músicas como "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", "A Litle Help From My Friends", Lucy in The Sky with Diamonds" (como não poderia deixar de ser), "Hello, Hello" e "Yellow Submarine". Nesta parte eu senti que a banda desenvolveu um pique melhor, tinha mais "punch". Novamente o evento é interrompido para a passagem de mais um vídeo com Thunderbird falando mais sobre os instrumentos, o estúdio Abbey Road e sobre algumas situações inusitadas que envolveram os Beatles. Em seguida, a banda entra com um visual mais tradicional e com os cabelos compridos simulando a entrada na fase mais clássica, mais de estúdio dos quatro rapazes de Liverpool, e cantado músicas como "Revolution", "Let it Be", "Don't Let Me Down", "Get Back", "Come Together", "Here Comes the Sun" e "Hey Jude". Nesse momento me passou a impressão que os timbres vocais ficaram mais similares aos Beatles originais. Após o término da apresentação, os rapazes ainda voltaram para o bis, cantando mais duas músicas.

O que eu gostei: de praticamente tudo. Banda boa, vocais competentes, boa estrutura de show e é claro, ótimas músicas, afinal, era Beatles. O que eu não gostei: de um determinado momento, em um intervalo, em que as luzes começavam a piscar demais e tinham uns sons meio psicodélicos que acabaram me dando um pouco de dor de cabeça (parecia uma ressaca de LSD com vinho são Jorge) e do valor do ingresso (mas nesse caso, para toda aquela organização e estrutura, vale. Difícil é querer um quase tudo pelo preço de quase nada). E eu sei que Beatles é dinossauro, que nós já ouvimos aquelas músicas centenas de vezes, e que temos que valorizar também as bandas que estão chegando, mas o que é bom transpassa as barreiras do tempo. O que é bom gruda no coração e na mente e só se vai quando a gente também se vai. E Beatles é Beatles.

Grande abraço.

Fotos galeria: Cristiana Taboada
Foto chamada do artigo: Foto divulgação


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