Dire Straits Legacy - Concha Acústica - 06/04/2019

Autor: João Taboada   •   07/04/2019

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Dire Straits Legacy (DSL) é uma banda formada, essencialmente, por ex-integrantes do Dire Straits. Não integrantes oficiais, mas pessoas que já tocaram como suporte em álbuns e shows. Dia 06/04/2019 se apresentaram aqui na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador-Ba, e quem foi assistir, obviamente, não viu Mark Knopfler, David Knopfler, John Illsley e, tampouco, Pick Withers. Viu oito caras bem diferentes e que pareciam bem à vontade tanto para tocar quanto para reinterpretar as músicas originais. Por isso, ficou perceptível que o DSL não é uma banda de covers, mas uma banda cujo objetivo é interpretar à sua maneira (e, lógico, faturar uma graninha) as músicas do Dire Straits. As vozes dos vocalistas, inclusive, em nada se assemelham à voz anasalada de Mark Knopfler.


O show começou com uns 20 minutos de atraso (programado para as 19h) e durou 2 horas. Nunca tinha ouvido a banda e, de certa forma, fiquei um pouco surpreso pelo fato de que a sonoridade não deixava transparecer Dire Straits. tanto nos timbres dos instrumentos, como nas vozes. Não há nenhum mal nisso, apenas imaginava que soasse mais parecido com a banda original. O set list também me pegou de surpresa. Como nos shows de turnê que vou, copio a lista de músicas das apresentações de outros estados. Desta vez me baseei no de Belo Horizonte (MG) e, pouco depois do evento ter começado, já joguei a lista fora. Isso porque a relação das músicas estava toda alterada, e acrescentaram, inclusive, mais duas, além das 12 que estavam programadas.


"Solid Rock" (do Making Movies – para mim, um dos melhores álbuns do Dire) - que não estava no set list - foi a música de abertura, seguida por "Walk of Life" e "Setting me Up". Todas bem executadas (no jeitão da banda) e que logo de cara levantaram o público que, aparentemente, queria mesmo é diversão, independentemente se quem estava no palco era o Dire Straits de verdade ou se eram seus seguidores. Em relação ao solo de "Setting me Up", quem conhece a versão original sabe o quanto a versão de Knopfler é matadora e o quanto é difícil para outro guitarrista tocar com aquele punch. Não teve o mesmo punch, mas valeu.


Além de "Solid Rock", "Down to the Waterline" era outra música que eu torcia para que estivesse na lista e, para minha surpresa, lá estava ela, na sequência, com aquele solo que adoro e que antecedeu uma ótima dobradinha de "Tunnel of Love" + "Romeo and Juliet", esta última, uma superinspirada canção de amor de Mark Knopfler (estas duas também do álbum Making Movies). Inesquecível. A música a seguir, segundo me informaram, era uma canção autoral da banda. Não consegui reconhecer como música do Dire Straits. Fico devendo.


"Private Investigations", a música subsequente é, na minha opinião, uma composição não muito expressiva na carreira da banda. Bonita mas meio deprê. Aproveitei para tomar alguma coisa. Ironicamente, na fila do refrigerante sou surpreendido pelos acordes da música mais esperada da noite, a música que lançou o Dire Straits no planeta Terra e que fez, na década de 1980, com que os solistas exibidos das rodas de violão (tipo eu) ficassem tentando executar aquele solo (mesmo que fosse só pra impressionar e mesmo que saísse meio capengado), um rock que tem uma levada de base meio flamenca e que, por mais que se ouça, nunca se enjoa: "Sultans of Swing". A lendária "Sultans of Swing". Lógico que o público pirou. E, fazendo jus ao título de ex-integrantes do DS, o DSL transformou a música, como em apresentações pomposas do Dire Straits original, numa quase sinfonia. O solo final, como de praxe, ficou enorme. Essa é uma música que jamais pode faltar em qualquer apresentação ligada a Dire Straits. Foi muito bom. O agito foi quebrado pela música de sequência, a  balada "Your Latest Trick", canção que também foi super executada no rádio e que por aqui ficou conhecida como tema de motel. Independentemente disso, o público gostou.


Talvez a parte mais dispensável e desconexa do show foi a execução de "Owner of a Lonely Heart". Esta música foi lançada em 1983 no álbum 90125, do Yes. Foi composta por Trevor Rabin, Chris Squire e Trevor Horn, este último, que já havia também cantado no álbum Drama (Yes), é o atual baixista do DSL. Numa apresentação de uma banda que toca exclusivamente músicas de outra banda, o ideal seria não misturar. "Owner of a Lonely Heart" soou insípida e deslocada. O vocal inseguro e frágil de Horn também não ajudou.


Na sequência, o DSL veio de "On Every Street" e "Money for Nothing", esta última música a primeira a tocar na MTV europeia e uma das primeiras a ter videoclipe com animação digital. Por fim, "So Far Away" fechou a noite, já no bis. O show acabou por volta de 9h20 deixando o público - que quase lotou a Concha - ainda querendo mais. No frigir dos ovos, a apresentação foi muito boa e fez a gente reviver o período de ouro do Dire Straits, entre as décadas de 1980 e 1990. As falhas do show, na minha opinião, ficaram por conta da ordem das músicas e da inclusão de "Owner of a Lonely Heart".


O DSL já havia se apresentado aqui em Salvador em maio de 2017, na Arena Fonte Nova e, portanto, não deve retornar tão cedo. Caso retorne, para quem não conhece a banda, vale a pena dar uma conferida. Não é Dire, mas é quase.


Grande abraço.


Conheça mais sobre o Dire Stratis Legacy (DSL)



Foto de abertura do post: foto divulgação

Fotos da galeria: João Taboada


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