Festival Rock Concha 2016 - Sepultura e Titãs

Autor: Val Oliveira   •   16/11/2016

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Texto e fotos: Val Oliveira


 


O REIDJOU foi conferir o Rock Concha 2016, e de antemão, agradecemos o apoio da Iris Produções. Como estávamos em outro evento, chegamos com atraso e não vimos o show de Márcio Mello. A grande maioria nunca ouviu falar dele, e nós mesmos, que já temos muitos anos no cenário, questionamos a escolha dele para esse evento.


 


Chegamos no meio da apresentação do show do TITÃS, que no momento tocava a faixa de abertura do cd “Nheengatu” (2014) “Fardado”, que agitou muito a galera, sendo seguida pela excelente “Chegada ao Brasil (Terra à Vista)”. Mesmo com a perda de vários integrantes com o passar do tempo, sendo Paulo Miklos a mais recente, a banda tinha o público, que compareceu em bom numero, nas mãos. A banda parecia cansada, e ouso dizer, que as execuções das músicas pareciam serem feitas de forma burocrática. Quando falo da banda, falo dos membros antigos, pois os novos tocavam com vontade e pareciam bem animados. “Televisão” deu sequencia ao show, com o público cantando com toda vontade, e agitando bastante na clássica “Lugar Nenhum”. Um banho de água fria (ao menos para quem estava mais animado com os sons clássicos e pesados da banda) foi a versão deles de “Pra Dizer Adeus” (originalmente gravado em ritmo de ska no álbum Televisão (1985), mas eternizado de forma acústica. Seguida pela morosa “Epitáfio” (A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana/2001) e um dispensável cover do Barão Vermelho – “Pro Dia Nascer Feliz” – e “Marvin”, foram os momentos mais chatos e anticlimáticos da apresentação deles, embora grande parte da platéia tenha cantado as músicas. A empolgação volta com “Homem Primata” e com a poderosa “Polícia”  que contaram com a participação do guitarrista Andreas Kisser, do Sepultura, que ainda executou a ótima “Flores”. No bis, a banda volta com “Vossa Excelência”, quando ocorre pane nos teclados de Sergio Brito, e finaliza com a “Bichos Escrotos”.


 


Em sua quinta passagem por Salvador, sendo a terceira apresentação na Concha Acústica, e a quarta com Derrick nos vocais, o SEPULTURA vem ainda divulgando a tour comemorativa de 30 anos (agora 32 anos), prestes a se encerrar. Da ultima vez que a banda se apresentou aqui, por sinal na Concha, no inicio da tour do Cd A-Lex, o baterista era o ótimo Jean Dollabella. Agora, após sete anos, eles retornam ao mesmo palco com o fenômeno Eloy Casagrande, extremamente afiados e mostrando uma energia monstruosa.


O set, reduzido e com alterações em relação ao que acontecia desde o inicio da tour, começou com a clássica “Troops of Doom” animando o público que esperava impacientemente e com ânimos exaltados. Sem deixar o público respirar, a banda mandou uma sequencia impecável, onde pudemos ver e ouvir o peso de músicas como “Kairos”, “Slave New World”, “Breed Apart” e “Desperate Cry”. Derrick e Andreas procuravam sempre se comunicar com o púiblico. Após “Desperate Cry” Andreas elogia a platéia e relembra de sua primeira apresentação na Bahia, na Concha, em 1991, com a abertura do Headhunter D.C., na tour do Arise, e após isso faz uma breve introdução da nova música “I Am The Enemy”,  que já vem sendo executada há alguns meses, e que fará parte do Cd “Machine Messiah”, que a Nuclear Blast lançará em 13 de janeiro de 2017. A música, tocada pela primeira vez em Bogotá (COL) em julho é uma porrada sonora de extrema qualidade e foi aprovada pela audiência!! A banda segue com “Dusted” e a maravilhosa “Convict in Life” que ensandeceu o público que abriu rodas nas escadarias da Concha, rolando muito empurrões. A ótima “Dialog” e a violenta “The Vatican” vieram na sequencia, sendo aperitivos para a clássica “Territory”, que teve seu refrão berrado por toda a Concha Acústica! A porrada voltou a rolar quando a banda tocou a excelente “Beneath the Remains”, seguida de “Arise” e “Refuse/Resist”. Incrível o peso que a banda destila ao vivo, a energia é contagiante, mostrando o por que do SEPULTURA ter uma grande legião de fãs, ao redor do mundo, mesmo com mudanças de formação, sendo ainda uma banda relevante, menos para as viúvas dos Cavaleras. Uma breve pausa e a banda retorna com “Ratamahatta” e trazendo abaixo a Concha com o encerramento com a obrigatória “Roots Bloody Roots”.


Mesmo com um set reduzido, deixando de fora faixas como “Primitive Future”, “Choke”, “Mindwar”, “Manipulation of Tragedy”, “From the Past come the Storms”, “The Treatment”, entre outras, o show foi memorável, e resta apenas esperar que a tour do novo disco passe por Salvador, e não tenhamos que esperar tanto tempo para rever a banda.


 


 Festival Rock Concha
Atrações: Márcio Mello, Titãs e Sepultura (sábado) e Efeito Manada, Karol Conká e Baiana System (domingo)
Data: 29  e 30 de outubro (sábado e domingo)
Local: Concha Acústica


 


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O Rock in Rio foi um divisor de águas não só para o público, que passou a acompanhar as atrações internacionais por aqui. Mas também para o cantor James Taylor. Em 1985, Taylor vivia intenso inferno astral: estava afundado em drogas e se divorciava da também cantora Carly Simon. Veio ao Rio de Janeiro por obrigação contratual. Mas o carinho dos fãs e a recepção de gala que teve foram marcantes. Comovido com o inesperado apelo, respirou fundo e decidiu tomar as rédeas (de volta) da sua carreira. Acabou gravando uma música: "Only a Dream in Rio" ("Apenas um sonho no Rio").

      
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