IRON MAIDEN - Somewhere Back in Time World Tour 2009 - Jóquei Clube de Recife (PE)

Autor: Val Oliveira   •   08/04/2009

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por: Valmar Oliveira/fotos: Valmar Oliveira e divulgaçao




E lá fui eu e mais quatro amigos conferir à apresentação, já lendária, do Iron Maiden, a primeira (e única) no Nordeste. Pegamos o vôo saindo de Salvador pela matina, chegamos em Recife e nos instalamos numa pousada e depois fomo conferir a cidade, e lógico, suas lojas de Metal. Os portões se abriram as 16:00, mas só fomos chegar la, no Jóquei Clube de Recife às 20:00, e calmamente nos instalamos na frente, sem precisar empurra ninguém. Com um ingresso caro (R$ 150, pista e R$ 350,00 a pista premium), o publico compareceu em números satisfatórios (segundo um jornal 25.000, segundo outro 18.000, e segundo um levantamento da venda de ingressos de Recife, 28.000).

Lá dentro, tudo caro, da água a um rango lá que me deu uma dor de barriga de madrugada na pousada, e foi responsável por uma queda estratosférica do beliche onde eu dormia (ou tentava, pois o calor em Recife estava realmente ‘somaliano’).

O Jóquei tinha passado por uma reforma, terraplanagem, drenagem entre outros cuidados para que o evento corresse sem problemas, mas esqueceram de colocarem mais entradas e saídas, e o que se viu foi um caos tanto pra entrar quanto pra sair. Teve gente que acampou em frente ao local por dias, filas embaixo de sol, comerciantes vendendo ate banho, e todo tipo de comércio, desde fitas com o nome da banda junto ao simbólico "eu fui", ate camisas e banners. A estrutura interna era ótima, banheiros químicos estrategicamente colocados, e varias tendas de alimentação, e de merchandising Oficial e ‘não oficial’, que voava rapidinho, embora os cds da Lauren Harris tenham encalhado. Não sem motivo...

O palco era enorme, uma visão imponente, e todo coberto em negro, com um backdrop da Lauren em primeiro plano. A turba gritava Maiden, saia pra beber, comer, e perdia o lugar (e assim, eu e meus amigos logo logo, em poucos minutos estávamos bem na frente!).

Eis que piscam as luzes e vai começar o show!! Os ânimos sobem, e a galera grita "Maiden, Maiden" e eis que entra em cena.... Lauren Harris!!! Sim, a filha do "hômi". Ela vem fazendo a abertura durante a tour (que em outros paises tivera ainda a abertura de Sepultura, Morbid Angel, Anthrax...). E o que se ouviu e viu foi uma banda composta de bons músicos, mas com composições muito ou pouco chatas (a depender do ânimo e do gosto do freguês..) e uma vocalista (a moça em questão) com uma voz de menina, sem alcance, sem potencia e sem carisma. Tem que comer muito feijão. Ela é bonitinha, tenta agitar, a banda agita, mas não empolga, um hard/pop até pesadinho, e com muita boa vontade algumas pessoas atenderam seus pedidos de bater palmas mas logo em seguida a galera não perdoava e gritava "Maiden, Maiden" e eu ainda gritei "toca Raul!" mas ninguém ouviu... A moça tocou musicas de seu cd "Calm Before The Storm" (que não vi ninguém comprando), e então se despediu. Alívio para muitos (ou praticamente todos ali...)

Com apenas 15 minutos de atraso (o show estava marcado para as 21:00), ouve-se um playback do clássico do UFO, "Doctor Doctor" que o Maiden sempre usa em suas apresentações, e que eles coverizaram num single do X-factor, com interpretação maravilhosa de Blaze Bayley, e o telão começa a passar imagens do filme "Flight 666", documentário de Sam Dunn, sobre a tour atual, ao som da instrumental "Transylvania". A galera começa a berrar, gritar e cantarolar a melodia da música. Então, ouve-se a intro imortalizada no melhor disco ao vivo de todos os tempo, o Live After Death, "Churchill's Speech", e os roadies tiram o pano preto que cobria os adereços do palco. O povo delira, e eu noto que o palco não está completo! Mas que porra é essa??? Sem sarcófagos, sem os chacais!!!! Só falta não ter a múmia gigante e todos os panos de fundo!!!
Então, a banda entra seguida de explosões detonando "Aces High", e começa o empurra-empurra, e todo mundo cantando, e berrando, e cantando e berrando! E eu? Bem, eu tava la paradinho, tentando não sair do meu lugar e prestando atenção em tudo, cada detalhe (sim, sou chato mesmo, pago caro pra ver o show todo, bater cabeça e cantar faço em casa...). Na seqüência, vem a única do disco Killers, a clássica (e manjada mas extremamente funcional) "Wrathchild". E a turma canta, e pula, e ai eu percebo que a geração atual não pega um encarte e não presta atenção nas letras, pois o que tinha de gente errando os refrões... até mesmo na "Two Minutes to Midnight", onde se via braços apontados pra o alto e para o palco, acompanhando as vozes, que se erguiam aos céus, e não escondo que fiquei emocionado com a postura de Steve Harris, quando ele aponta o baixo como se fosse uma metralhadora (coisas de fã!).
E o que se via era uma banda coesa, e ultra profissional, a maior banda de Heavy Metal de todos os tempos, a maior banda de Metal do do mundo em ação!

Se Harris não tem mais a velocidade e a técnica de antes, se Bruce não tem mais a voz de outrora (nos agudos, parece ate que a cabeça vai explodir, e ate me lembrei do filme Scanners, mas compensa correndo de um lado para o outro, com um fôlego interminável e tendo o publico sobre seu domínio), tudo desaparece quando eles estão tocando seus clássicos imortais. E analisando tudo, só posso afirmar que Adrian Smith evoluiu muito. Está tocando mais do que outrora. E Janick Gers é aquilo que já se sabe, uma bailarina, que não fede nem cheira, dando seu recado em estúdio mas ao vivo pecando muito. E Mr. Nicko McBrain continua com uma pegada certeira, batida pesada e sem perder a consistência durante todo o show, assim como Dave Murray, carismático como sempre e improvisando bastante.
"Children of The Damned" foi uma das melhores musicas do show, maravilhosa como sempre. O que eu pra notar era que o som não estava em toda sua potência, segundo soube, por causa dos moradores locais. Mesmo assim, estava de bom tamanho. O pano de fundo mais constante era a capa do Powerslave, sendo apenas trocada por um fundo negro ou uma paisagem de templo egípcio, um detalhe da capa do Somewhere in Time, a do Single The Trooper, ou a imagem do tour book da Piece of Tour.

O publico não agitou tanto na anterior, mas eis que vem o arrasa-quarteirão "Phantom of the Opera". Uma das melhores músicas da banda, a galera agitou e muito. Tocaram ela de forma perfeita, só alguns segundos mais lenta, mas não tenho o que reclamar!! Em seguida veio algo mais familiar, "The trooper", com a troca do pano de fundo, e Bruce vestido de soldado inglês e brandindo a Union Jack, a bandeira britânica. E a galera cantou a plenos pulmões o refrão, além é claro, dos trechos inicias. Smith então faz uma brincadeira, como se estivesse afinando a guitarra e então entra com a clássica "Wasted years", única do Somewhere in Time (só???).
E o publico canta, e erra, e canta... Bruce então se dirige ao público, falando de uma música longa, sobre um marinheiro, e la vê a mais que maravilhosa e clássica e épica "Rime of the ancient mariner", com o pano de fundo mudando para o convês de um navio antigo, e Bruce tirando seu gorro de hip hop e vestindo um manto em farrapos, para dar mais teatralidade à magnífica canção! Executada de forma mais do que perfeita! Efeitos de fumaça, explosões sincronizadas, e o playback da narração no meio, só faltou mesmo a grade de iluminação baixar como no vídeo do Live After Death! E os efeitos de guitarra ficaram ainda mais assustadores! Na seqüência (a mesma do vídeo) "Powerslave" com um pano de fundo belíssimo de um templo egípcio e explosões cegantes de onde Bruce emerge com a mascara de penas, e muita pirotecnia! Posso afirmar que esta dobradinha foi o ponto alto do show! Coisa pra ser lembrada pra o resto da vida e contada à seus netos! Vale citar que Harris voltou a usar o baixo na cor azul, e embora o modelo fosse um usado na epoca do 7th Son, remetia aos anos 80, pois o Fender utilizado por ele era da cor citada.

Na seqüência "Run to the hills" e a turma cantando novamente, e Bruce incitando o publico. Ele com certeza é o maior vocalista de Metal de todos os tempos! Seu domínio é perfeito! Vem então a deslocada "Fear of the dark", com os jovens imberbes cantando ate mesmo o "you" (vai ver pensam que é da letra...) que Bruce fala no A Real Live One. A majestosa "Hallowed be thy name", clássico do The Number of The Beast, foi tocada antes da "Iron Maiden", que, infelizmente indicava que o show ja estava perto do fim, e eis que constato, tristemente, que não haveria a múmia gigante (que catzo!). A banda toca, a galera canta o nome da banda, e eis que entra em meio a muita pirotecnia o Eddie cyborg, remetendo ao da Somewhere on tour, embora sem todos os efeitos do mesmo da respectiva tour. Mesmo assim, sua simples visão e presença causaram taquicardia e frisson nos presentes ao histórico show! Memorável!!! A banda então agradece, e sai de cena. A galera volta aos gritos de "Maiden, Maiden".

Eis que a banda retorna para o indefectivel bis com a seminal "The number of the beast" e sua tétrica introdução! Muita pirotcnica, e fogo, juntara-se ao refrão mais foda do planeta, berrado a plenos pulmões!!! Na seqüência vem "The evil that men do", única do 7th Son (imperdoável a ausência de Moonchild!!) e o show se encerra com a rápida "Sanctuary", onde rolou a tradicional parada e Bruce conversa com o público, apresenta a banda e fala que pretendem gravar um novo álbum ano que vem e que voltará ao Brasil em 2011 (tô colado!!).

O show então se encerra, a banda mais uma vez agradece o publico, que parecia em êxtase! Foi um espetáculo grandioso, como só o Maiden consegue fazer!


Rola então o playback do grupo inglês Monty Python, a música "Always Look On The Bright Side Of Life", do filme "A Vida de Brian". As luzes se acendem. Acabou, após quase duas horas. Então, fica na memória, nas lembranças. E até o próximo show!

UP THE IRONS !!!!!




Set list Recife:
Intro: Doctor Doctor (UFO) + Transylvania

Aces High
Wrathchild
2 Minutes to Midnight
Children of the Damned
Phantom of the Opera
The Trooper
Wasted Years
The Rime of the Ancient Mariner
Powerslave
Run to the Hills
Fear of the Dark
Hallowed Be Thy Name
Iron Maiden
(Bis)
The Number of the Beast
The Evil That Men Do
Sanctuary
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