Paul McCartney em Salvador - Turnê One on One - 20/10/2017

Autor: João Taboada   •   22/10/2017

https://www.reidjou.com/coberturas/paul-mccartney-em-salvador-turne-one-on-one-20102017/
Postado por: João Taboada  •  1310 hits



20 de outubro de 2017 era uma data há meses esperada por alguns milhares de baianos, como eu (foram aproximadamente 53 mil pessoas pagantes, segundo o G1). Era o dia em que um ex-Beatle, o cantor, compositor e multi-instrumentista Paul McCartney iria se apresentar aqui em Salvador. Paul é, para mim, o mais bem sucedido dos quatro rapazes de Liverpool. A despeito de não ter se tornado um ícone das causas sociais como John Lennon, Paul demonstrou ser um sobrevivente da década de 1980, pois ao contrário de muitas bandas que surgiram nas décadas anteriores e que depois desta década se tornaram super comerciais, o músico continuou mantendo a qualidade dos trabalhos que fazia com os Beatles e com os Wings, e se tornou um dos grandes hitmakers do planeta, encarando, inclusive, parcerias com nomes como Michael Jackson, Steve Wonder e George Michael, dentre outros. 

Pois bem, cheguei na Arena Fonte Nova às 18:30, aproximadamente. Imaginei que iria chegar muito depois, tal a expectativa do engarrafamento, que não aconteceu da maneira como eu imaginava (que bom). Talvez, por isso, a produção tenha colocado o show para mais tarde, assim dava tempo de as pessoas chegarem ao local com mais tranquilidade. O público era diversificado, com uma boa mistura de gente mais jovem com pessoas de minha idade. Imaginei que a turma dos mais de 40 iria ser a maioria, mas na hora esse detalhe pareceu não se confirmar. O show, para minha surpresa, começou com uns 15 minutos de atraso. Locais como arenas e teatros não costumam atrasar eventos. Mas eis que então, para delírio do grande público, entra McCartney em pessoa, demonstrando, no auge dos seus 75 anos, sua boa forma e metendo, logo de cara, "A Hard Day's Night (Beatles)" e em seguida "Junior's Farm (Wings)". 

Logo após estas duas músicas, Paul se pronunciou. Fugindo dos tradicionais "Boua noitchê" e "Obrigádio" como costumam falar os outros artistas internacionais, Macca abusou do português. "E aí, Salvador, beleza?", sua primeira fala, fez o público dar risada e simpatizar logo de cara com o cantor para, em seguida, o músico atacar de "Can't Buy Me Love (Beatles)", "Let me Roll it (Wings)" e "All My Loving (Beatles)".  Em seguida, Paul troca seu lendário baixo Hofner pela guitarra para cantar "I Got a Feeling" e, logo depois, assume o piano e dedica "My Valentine" para sua esposa Nancy que, segundo ele, está na platéia. Ao fundo, a imagem do videoclipe com Natalie Portman e Johnny Depp - Vale ressaltar que o show inteiro contou com o apoio de imagens em movimento ao fundo e à frente do palco. Logo depois veio "We Can Work It Out (Beatles)", "In Spite of All the Danger (The Quarrymen - sua primeira música gravada)" toda tocada no violão, depois "You Won't See Me (Beatles)", "Love Me Do (Beatles)" e "And I Love Her (Beatles)".

E, como prometido, rolou mais repertório Beatles como "Eleanor Rigby", "I Wanna Be Your Man", "Something (tocada por Paul no Ukelelê)",  "Ob-La-Di, Ob-La-Da", "Band On The Run", "Back In USSR" e "Let It Be", além de "Give Peace a Chance (John Lennon - seu grande parceiro nas composições dos Beatles)" e "Live an Let Die (Wings - Tema de 007)" esta que teve explosões incríveis de fogos saindo do chão do palco e fora dele. Quem não tomou susto nesse momento, com certeza, já devia estar completamente chapado. Macca aproveitou para brincar, ao término da música, reclamando daquele barulho absurdo das explosões, como se elas tivessem atrapalhado a audição da plateia. Aparentava realmente chateado, mas não passava de mais uma brincadeira. 

Paul, no decorrer do show parecia sempre à vontade, ajeitando a calça caindo, circulando pelo palco, trocando de instrumentos (tocou baixo guitarra, piano, violão e ukelelê), falando frases e expressões em português como "Ave Maria!", "Vocês são massa!", "Valeu gente" e "Ó paí, ó", dentre outras, fazendo gestos e dançando. Para quem ainda acha que Macca só está na ativa por causa de dinheiro, é bom lembrar que o cara é milionário e poderia, simplesmente, ficar em casa curtindo seus milhões e sem precisar se arriscar viajando por aí. A impressão que me passou foi a de alguém que se diverte fazendo o que faz e com muito profissionalismo. E para quem ainda torce o nariz para atrações internacionais e monstros sagrados, vale lembrar também que caras como Paul McCartney estão na mídia por causa de seu talento e de décadas de batalha. Por isso, milhões no mundo inteiro vão a seus shows. Não são produtos de marketing. Reconhecer isso e permitir se livrar dos ressentimentos só faz bem.

Após o espetáculo pirotécnico de "Live And Let Die", Paul cantou "Hey Jude (Beatles)" acompanhado pela plateia - que levantou as plaquinhas de "Na nana nananana..." - e deu o show por concluído. Claro, baiano não deixa barato e prontamente pediu o bis. Após alguns momentos Macca retorna com os músicos - empunhando as bandeiras do Brasil, da Inglaterra e da diversidade - para mais 5 músicas e, dentre elas, "Yesterday (Beatles)", "Sargent Pepper's Lonely Heart's Club Band (Beatles)" e "Helter Skelter (Beatles)", para em seguida, acabar de vez.

O show, em resumo, foi ótimo ainda que, na minha opinião, Paul tenha ficado devendo sucessos como "Once Upon Long Ago", "No More Lonely Nights" e "Pipes of Peace". McCartney estava acompanhado de Wix Wickens no Teclado, Brian Ray na Guitarra e no Baixo, Rusty Anderson na Guitarra e Abe Laboriel Jr. na  Bateria, além de si mesmo, tocando diversos instrumentos e cantando sem demonstrar o desgaste da idade. O público fez sua demonstração à parte, fazendo questão de participar o show inteiro, mesmo com o chuvisco que, volta e meia, ameaçava cair. Outras músicas foram cantadas além das que citei e, houve outras e peculiares situações como a de uma garota que estava na plateia e que foi convidada para dançar com o eterno Beatle. Por tudo o que rolou, este show, com toda a certeza, fará parte da memória de muita gente, como fará da minha. 


Fotos de abertura do post: fotos divulgação
Fotos da galeria: Cristiana Taboada / João Taboada


Galeria desta cobertura

 

Nosso Parceiro


Você sabia?

1000 Homo Dj’s
Al Jourgeson e alguns amigos estavam ouvindo um remix não autorizado dos Revolting Cocks. Jim Nash, da Wax Trax Records afirmou então que os únicos que se interessariam pelo remix seriam 1.000 DJ’s homossexuais.

      
Design e desenvolvimento