Rock Verão 2009 - Sepultura, Minus Blindness e Malefactor

Autor: Cleber Silva   •   19/01/2009

https://www.reidjou.com/coberturas/rock-verao-2009-sepultura-minus-blindness-e-malefactor/
Postado por: Cleber Silva  •  949 hits


Rock Verão 2009
Malefactor, Minus Blindness e Sepultura
11/01/2009
por Cleber Silva (texto e fotos)
da ACCRBA


Nem bem começou e 2009 já se tornou promissor para Salvador. Logo no primeiro mês, shows do Sepultura, Blaze Bayley e Alanis Morissete são boas pedidas, além de diversos shows de bandas independentes que "pipocam" entre as casas de shows mais conhecidas pelo público rocker. Isso só em janeiro, pois o carnaval também promete shows imperdíveis no Palco do Rock, como a suíça Underschool Element e a Zefirina Bomba, paraibana radicada em São Paulo.

No decorrer do ano, outros festivais mostrarão que Salvador começa a se erguer com relação aos grandes shows, mesmo com caráter independente, mas sendo uma rota fixa.

No último domingo, 11, inaugurando a promissora freqüência de grandes shows pela cidade, o Sepultura abriu a turnê de lançamento do novo cd, A-LEX, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves e de lá partiu para uma turnê européia. Estiveram presentes a já consolidada Malefactor, que ao lado do Sepultura foi uma das bandas que melhor representaram o Brasil no exterior, e a Minus Blindness, que busca reconhecimento pelo bom trabalho que faz, ambas as bandas baianas.

Os shows – A Malefactor subiu ao palco por volta das 17:15 h e mais uma vez fez um show de extrema potência. Isso, começando pela habilidade técnica dos músicos, o que é incontestável. Lord Vlad continua a alternar o gutural mais grave com o vocal mais rasgado, como na música The Darkest Throne, que também tem a beleza de um vocal limpo e afinadíssimo. Entre outras músicas, destaques para The Pit, Followers of the Fallen e Centurian, além de um cover extraordinário de Heaven and Hell, do Black Sabbath, na época, com Dio no vocal. A única coisa que não pude gostar do show foi o volume das guitarras. A de Jafet dava para ouvir bem, mas estava baixa e a de Danilo, sinceramente, estava muito baixa. No mais, um show que, infelizmente, não pôde mostrar mais ainda do que representa a Malefactor no Metal mundial, mas todos que conhecem sabem muito bem disso.

Logo depois foi a vez da Minus Blindness, um dos destaques atuais do Metal soteropolitano. Mesclando o Thrash Metal com elementos que remetem ao Groove e Hardcore, a banda lançou o seu debut álbum, intitulado Choleric The Aversion. Com alguns shows pela cidade, a banda foi ganhando terreno e fãs. A proposta da banda é de unir riffs de guitarra bem elaborados com a velocidade, sempre sendo guiados pela bateria marcante do excelente músico que é o Thiago Andrade.
Tássio consegue enganar enquanto canta e toca guitarra: às vezes parece que vai sair do tom nos guturais mais rasgados, mas chega a impressionar com a capacidade de segurar o tom.

Ainda não dá para fixar um ponto alto no show da Minus pois é uma banda relativamente nova e bandas assim surgem a toda hora, mudando o foco do público a todo instante. E por não terem "aquele" hit na cabeça (e na boca) do público, acaba por existir um entrave que só é dissociado pela empatia transmitida pela banda. No entanto, boas músicas foram mostradas, como Just Passengers, K.T.K. (Kill The Killer), War Zone, Intolerant and Choleric, entre outras, além do cover para Judas Priest (Hell Patrol) e Metallica (The Thing That Should Not Be), do álbum Master of Puppets. A banda é extremamente promissora e não deverá ficar pelo Brasil, pois parece muito afim de investir no futuro. Para mostrar que o cenário baiano sempre cresce e mostra que muitas bandas boas surgem a cada temporada, a Minus convidou Daniel Datolli, guitarrista da Cobalto, que tocou algumas músicas e confirmou a interação que existe entre muitas bandas da cidade.

Já o Sepultura, que divide opiniões, voltou a Salvador depois de 5 anos, sendo a única cidade brasileira a abrigar um show da turnê do novo disco. A banda já partiu para a Europa e deverá fazer 25 shows em países como Bélgica, Bielo-Rússia, Áustria, Suíça e Bulgária, entre outros.

De cara, as três primeiras músicas foram novas: a jam A-Lex I/Moloko, Filthy Rot e What I Do. Depois passaram a mesclar as velharias com as músicas do novo disco e do Dante XXI e Nation, como Refuse/Resist, Convicted in Life, Attitude e Desperate Cry. Jean Dolabella substituiu Iggor e fez bem o serviço, mostrando-se um grande baterista. Mas, talvez esse não seja o substituto causador de discórdias. Particularmente, considero Derrick um ótimo vocalista, mas não o melhor substituto de Max, até porque Max não tem substitutos. Mas Derrick parece ser bem esforçado e isso percebe-se nos discos mais novos, o Dante XXI e o mais novo, A-LEX. Porém, não dá pra deixar de imaginar uma banda cover do Sepultura ali no palco quando tocam músicas como Territory, Beneath the Remains e Arise. Para completar a festa, Jairo Guedz subiu ao palco para uma participação especial, tocando Necromancer, Troops of Doom e Roots Bloody Roots, sem contar com o cover de Blitzkrieg Bop, do Ramones.

O Rock Verão 2009 se despediu de aproximadamente 2000 pessoas e deixou a dúvida sobre sua realização no ano seguinte. Agora é torcer para acontecer e comparecer aos demais eventos que fortalecerão o cenário do Rock/Metal na Bahia.
Galeria desta cobertura

 

Nosso Parceiro


Você sabia?

Camila.
A música Camila não é sobre um caso de amor. Na realidade narra toda a história que envolveu um estupro no Rio Grande do Sul. Algumas partes da letra denunciam isso, como no trecho " Às vezes peço a ele que vá embora, que vá embora (...)" e "Os olhos que passavam os dias a me vigiar, a me vigiar" (...)" e ainda " "Chorando e esperando amanhecer, amanhecer (...)".

      
Design e desenvolvimento