The Cross – Palco do Rock 2016 – Jardim de Alah – 06/02/216 – 21:00 hs.

Autor: Pedro Ferreira   •   22/02/2016

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Por: Pedro ferreira


Fotos: Tiago Lima


Época de Carnaval em Salvador e a pedida pra quem fica na cidade e não curte a folia de Momo é dar um pulo na praia e conferir mais uma edição do Palco do Rock. 22 anos se passaram desde o primeiro, e apesar dos altos e baixos em sua produção/gestão, continuava sendo a opção na cidade. Fazia bastante tempo que eu não aparecia no evento, mas este ano se configurava uma dupla oportunidade: Reencontrar outra leva de velhos amigos e conferir o retorno aos palcos de Salvador da lendária The Cross.


Entre o público presente, em bom número por sinal, se destacava o já tradicional acampamento para os 4 dias de shows; se percebia também a presença de famílias, curiosos, a nova geração interessada em Rock e de figuras ilustres da Velha-Guarda. A expectativa e nostalgia eram imensas entre estes, afinal a ancestral banda hibernou por longo tempo e não tocava por aqui a mais de duas décadas. Cheguei pouco antes do início do show da The Cross, a única atração que me interessava na noite, mas em tempo suficiente para a boa e velha resenha, reencontros e um espetacular licor de pimenta, presente de um grande amigo e combustível da noite.


Finalmente o show começava, soam os primeiros acordes. A The Cross estava no palco e as atenções, inevitavelmente se voltavam pro espetáculo que acabava de iniciar. A primeira música, intitulada The Skull and the Cross indicava, de saída, o que estava reservado para os expectadores: um Doom-Metal sombrio, arrastado; nos moldes do melhor do My Dying Bride, Paradise Lost e Cathedral. Em cerca de 8 minutos, nesta primeira música, a banda mostra um trabalho que contempla a proposta estética do estilo; com temas que se repetem exaustivamente, num clima opressivo e por vezes angustiante. Percebia-se que era uma apresentação bem cuidada, dada a qualidade da iluminação, a operação de som, e o número de fotógrafos e cinegrafistas dividindo o palco com a banda. Na sequência The Last Nail in his Coffin: Já da pra sacar que se acrescentava um toque do Doom-Metal clássico, a la Candlemass; o vocal de Eduardo, pelo que creio me lembrar, se tornou mais sombrio, demonstrando que ainda tem garganta pro estilo. Luís Fernando, como sempre, muito competente na bateria, dita a pegada da música... Mais 6 minutos de peso, e a certeza que a banda estava entrosada. Da formação original, só resta o incansável Eduardo; mesmo com todos os problemas, a banda se estabilizou e os músicos atuais se mostraram bastante competentes.  House of Suffering: essa me chamou atenção pela palhetada pesada da guitarra base e pelo leitmotiv obsessivo da segunda guitarra; foi também nessa música que a coisa esquentou na frente do palco, com a sempre presente roda de slam, da qual fui sabiamente resgatado pelo meu amigo Neto Moraes; a essa altura ficava claro que a The Cross tinha retornado à ativa de forma consistente. Mais uma sinfonia lúgubre, Garden of Silence; belo trabalho de guitarras, mudanças abruptas de andamento, baixo e bateria precisos. Já liberto de seus grilhões, O vocal se mostrava cada vez mais à vontade em sua performance. Como tradicionalmente faz parte do estilo, as músicas são longas e devido ao tempo relativamente curto para a apresentação das bandas, começaria a última música do set: Flames of Deceit; creio que foi uma escolha acertada, pois é um clássico da banda e emocionou muita gente que conhece o trabalho da The Cross desde os primórdios (me incluo entre estes...). A memória correu solta nesse momento: lembrei-me de todos que passaram pela banda, dos ensaios que frequentei, dos shows que assisti...  Essa foi um espetáculo à parte: bateria pesada, precisa, inspirada. 


Quem não conhecia a banda, teve a grata surpresa de ver um grande show; os mais antigos mataram saudades. De minha parte, fiquei feliz em ver mais dois velhos amigos na ativa, com um excelente trabalho e que criou as melhores expectativas para os próximos. Stay doomed!


 


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