Workshow - Eloy Casagrande

Autor: Val Oliveira   •   18/05/2016

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Postado por: Val Oliveira  •  4247 hits


No dia 13 de maio de 2016, uma sexta feira, aconteceu no Teatro Sitorne a apresentação de Eloy Casagrande, baterista do Sepultura, que já gravou e tocou com André Matos, Accla, e participa do projeto Iahweh.


 


O evento começou às 19:00, com a apresentação de Thiago Bagues, do site/canal/fanpage Web Drummer. Thiago executou com extrema competência e dinâmica a música da banda baiana Shemariah “Burning into Chains”, contida no EP homônimo lançado em 2011. Nesse momento, a casa já continha um público razoável que aplaudiu a ótima, mas curta, apresentação.


Em seguida sobe ao palco Eric Assmar, filho do renomado bluesman baiano Álvaro Assmar. Eric se apresenta sozinho, acompanhado apenas de bases pré-gravadas (backtracks). Foi uma apresentação impecável, onde Eric tocou riffs e solos com extremo bom gosto, com uma bela timbragem na guitarra, assim com uma voz repleta de feeling. A primeira música foi uma versão para “It's My Own Fault”, do saudoso mestre B. B. King, que foi muito apreciada e aplaudida. Segue então duas musicas do Eric Assmar Trio, com uma sonoridade mesclando Rock, Blues e Fusion, sendo que na primeira das duas músicas, uma das cordas se parte. A apresentação se encerra com a visceral “Sangue no Olho”, pesada, mas com trechos mais calmos no meio. Eric se despede do público, sendo muito aplaudido.


Chega o momento da apresentação de Eloy Casagrande. Eloy foi considerado um músico prodígio, pois começou a tocar aos sete anos, e em 2004, aos 13 anos, foi o grande vencedor do Batuka International Drummer Fest, promovido por Vera Figueiredo. Logo após, ganhou também o concurso Modern Drummer’s Undiscovered Drummer Contest 2005, em New Jersey.


O produtor do evento, André Villar, apresenta Eloy, que é muito aplaudido ao adentrar o palco, e que se dirigiu ao seu kit, e após selecionar o sampler, detona uma música do guitarrista paulista Daniel Pique, gravada por ele há um ano. Já na primeira música dá para sentir, mesmo à distância, a potência de suas batidas e levadas de bumbo, que faziam o teatro estremecer! A segunda execução, foi um longo solo de bateria, onde ele mostra toda a sua técnica e diversidade rítmica, com batidas tribais, mudanças de tempos, contratempos, groove e muito feeling. Nota-se que sua pegada permanece constante durante toda a apresentação, onde mescla desde elementos mais voltados para o Metal e o Rock até elementos da música brasileira, como o samba, sem perder intensidade e dinâmica e usando todas as peças de seu kit. Após o final explosivo, ele é muito aplaudido e se dirige ao público, agradecendo a presença de todos, e falando sobre o seu equipamento, a configuração que usa e abrindo a rodada de perguntas. Eloy fala sobre treinos, que antigamente chegava a praticar até 5 horas, e que sente falta de mais estudos, já que o tempo tem sido escasso; sobre aquecimentos antes dos shows, em que dá atenção às mãos, em especial. Há uma pergunta sobre a experiência dele tocar com o Sepultura em Salvador, num trio elétrico em pleno carnaval. Ainda sobre os estudos, ele destaca que voltou a praticar ghost notes, após sair da banda de André Matos, e usar isso no Metal, citando Jean Dollabella, que usava essa mesma técnica no Sepultura, e que isso o influenciou.


Eloy volta ao seu kit e toca, com o auxilio do sampler, a música “Sentido da Vida”, do Iahweh, cuja sonoridade é de um Hard/Heavy com bastante groove. Eloy mais uma vez castiga seu kit, e encerrada a faixa e alguns aplausos segue com uma sequencia matadora de duas faixas do excelente “The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart” do Sepultura, “Trauma of War” e “Manipulation of Tragedy”. Após essas duas músicas, volta ao microfone. Fala sobre a técnica que usa dos bumbos; desmente que tenha estourado a pele de resposta do bumbo durante a gravação (o microfone que gravava o bumbo caiu e rasgou a pele) e sobre ter quebrado um pedal Iron Cobra (que foi por ter apertado demais com um alicate). Sobre a composição, ele comenta que ele e Andreas se encarregam das músicas, e Andreas e Derrick cuidam das letras, e que o disco novo foi composto em ensaios diários durante 2 meses, e que muitas partes das composições vieram a partir da bateria. O cd que está sendo gravado na Suécia, sob a produção de Jens Bogren, deve sair em outubro, e segundo Eloy vai vir pesado, insano! Ainda falou que não gosta da gravação do “The Mediator”, que ele não costuma mais escutar devido à produção ser abafada e suja demais, e que foi gravado praticamente ao vivo, todos tocando juntos numa sala pequena. Devido a esses fatores, a banda reavaliou e escolheu outro produtor. Após falar sobre seus estudos com Aquiles Priester e citar alguns bateristas que utilizaram configurações com menos tons, citando Bill Ward no inicio do Sabbath, e John Bonham, e de que ele escolheu ser músico bem cedo, sofrendo pressão familiar para terminar os estudos, agradece mais uma vez os presentes e ao produtor André e à Pulsar Produções, Eloy encerrou sua apresentação solo com mais uma do Iahweh : “End of the Sacrifice”. Na sequencia, Eric Assmar e Thiago Bagues voltam ao palco para uma Jam session com Eloy, onde tocam, com duas baterias, “Rock’n Roll”, do Led Zeppelin, com direito a várias improvisações pelos músicos. Ainda tivemos um sorteio de um dos pratos do Kit de Eloy, e do cd do RATTLE, “Tales of the Dark Cult”.


Após um breve descanso, Eloy recebeu os presentes para fotos e autógrafos. Com o teatro esvaziado, conversei um pouco sobre a gravação do novo álbum, onde ele confirma que o nível das faixas novas está bem elevado, sendo muito superiores ao “The Mediator...”, mas ele não revelou qual o titulo do cd, que já está definido e será curto, comparado ao disco anterior; falamos sobre algumas faixas da era Derrick no Sepultura que poderiam ser tocadas, e ele sinalizou que adoraria tocar “Corrupted”, do álbum Roorback. Ficamos então no aguardo do novo material.


 


O Reidjou agradece e parabeniza à André Villar (Pulsar Produções), Thiago Bagues (Web Drummer) e à todos os envolvidos no evento.


 


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