HEVILAN: Entrevista com o baixista Biek Yohaitus

Autor: Val Oliveira   •   04/12/2013

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Uma das gratas surpresas deste ano, recebido por nós do Reidjou, foi o cd full lenght da HEVILAN. Com um som cativante e poderoso, já pode ser considerado um dos melhores lançamentos deste ano. Na entrevista abaixo, falamos com o baixista Biek Yohaitus sobre a trajetória, o momento atual e os planos futuros da HEVILAN.

1 – Fale-nos sobre a formação da banda. Como se deu a reunião? Qual a proposta inicial e suas principais influências?

BIEK YOHAITUS: Eu era transcripter da extinta "Cover Baixo" e o Johnny fazia o mesmo trabalho na Cover Guitarra. Entre idas e vindas na editora nos conhecemos e ele me falou que estava com um novo projeto e ótimas músicas. Na época minha banda (Sinrise) tinha acabado e eu tinha algumas músicas também. O Alex cantava no Sinrise e também estava sem banda pelo mesmo motivo que eu, o convidei para entrar nesse novo projeto e assim o HEVILAN começou a tomar forma. As influências são muito diversas: vai desde Hard Rock até Thrash Metal, passando por quase tudo de sub-estilos que alguns teimam em inventar. Mas te falo que apostamos e apostaremos sempre em boas canções. Vejo muita banda se preocupando em colocar compasso "quebrado" (chamam disso qualquer coisa diferente de 4/4) nas músicas e se esquecendo de fazer boas melodias vocais. Guitarristas que tocam na velocidade da luz, mas o solo não quer dizer nada. É uma armadilha que evitaremos sempre.

2 – A banda lançou primeiramente um Ep, anos atrás: "The Blinded Faith". Como foi a recepção do publico e da mídia especializada?
B.Y.: O público que foi aos shows curtiu muito o trabalho, principalmente nas aberturas e shows maiores que fizemos. Um show que me marcou foi a abertura para o Angra em Campinas/SP. Quando tocamos "Desire of Destruction", a galera pulava e agitava muito, a casa veio abaixo. Foi algo especial.
A mídia especializada ovacionou o "Blinded Faith", algo que só está sendo superado agora no "The End of Time". Tínhamos algum receio por ter "escurecido" um pouco a sonoridade da banda, mas tudo está indo muito bem aqui no Brasil e fora também.

3 – A banda contou com Aquiles Priester como convidado no novo material. Como se deu o convite a ele? Ele permanecerá na banda ou vocês já estão atrás de um membro fixo?
B.Y.: O Ricardo Nagata – cabe aqui mais uma homenagem a esse cara que nos deixou um tempo atrás - fez o link com o Aquiles e o Johnny conduziu a negociação. O Aquiles já conhecia o Alex e já gostava muito da sua voz. Ele nos deixou claro que só trabalharia no "The End of Time" porque acreditava ser um ótimo álbum tocado por um ótimo time. O cara dispensa comentários, por seu talento tem conseguido muito destaque e participado de muitos projetos. Justamente por isso é que tem sido muito difícil conciliar agenda e ele não poderá fazer nossa tour. Já temos um novo batera escolhido e ele será anunciado junto com o primeiro clipe da banda, a ser feito no primeiro semestre de 2014.

4 – A produção do álbum é primorosa! Qual o motivo para gravar o disco em 4 locais diferentes e com co-produção de 3 produtores?
B.Y.: Procuramos sempre os melhores lugares que possuíssem a melhor estrutura para a gravação de cada instrumento. O baixo por exemplo eu gravei no El Rocha. Que me forneceu desde os cabos até as caixas; tudo de primeiríssima linha. A voz foi feita no Norcal, pois além de uma equipe técnica excelente rola de o Brendan Duffey, que é californiano, dar uns toques valiosos de letra e pronuncia. Assim temos letras perfeitas, voz 100% metal e livre de qualquer sotaque. Bom que se diga: houve poucos acertos nesse sentido, mas se podemos ter algo 100%, por que fazer por menos que isso?

5 - Acreditam que o profissionalismo que a banda demonstra é a chave para que as bandas se destaquem no cenário, tanto nacional quanto mundial?
B.Y.: O HEVILAN é uma banda nova, mas nós já temos certa rodagem e experiência com bandas passadas e aprendemos com os erros dessas bandas. A Proposta que fizemos no HEVILAN foi a de fazer o melhor possível para nós termos paz em nosso espírito artístico. Essa era uma dívida que tínhamos com nós mesmos: ter a certeza de que um dia demos 100% do nosso sangue, suor, inspiração e técnica em um projeto. Sem desculpas, sem choro... Simplesmente o melhor que podemos oferecer.
Fazemos metal porque amamos esse estilo e viramos músicos por causa dele. Alguns músicos se esquecem disso, não é o nosso caso.
O "The End of Time" demorou 5 anos pra ficar pronto por essa única razão: ou fazíamos mais um álbum de metal mediano, com produção mediana e impacto mediano, pra depois sairíamos chorando pelos cantos como menininhas mimadas falando que "a cena ta fraca", ou "o Brasil é uma m...", "aqui nada vira"... enfim, merdas do tipo que canso de ouvir de muita gente. Ou então primamos por mais qualidade e só assim teremos a consciência de que nosso melhor está lá... Isso de "sucesso", "destaque", etc... é tudo subjetivo... O End of Time ter sido concebido e realizado com uma boa produção já é um sucesso para nós. Fazemos metal porque somos do Metal. Crescemos e envelhecemos escutando Metal e assim continuará. Demos o nosso melhor. Mostramos nossa verdade musical. Tudo isso sem nenhum tipo de desculpa preguiçosa e esfarrapada. Agora quem quiser caminhar conosco nessa jornada será bem vindo!

6 – Outra participação no cd foi a de Vitor Rodrigues (Voodoopriest, ex-TortureSquad). Como surgiu a idéia de colocar um vocalista com estilo tão diferente?
B.Y.: A música que se deu o convite foi a SANCTUM IMPERIUM. Sempre tive curiosidade de ouvir um coro lírico junto com o vocal gutural. Conheço o Vitor há mais de 10 anos... Num show do Torture Squad em São José dos Campos/SP fiz o convite a ele, que aceitou sem pestanejar. Logo apareceram mais idéias pra colocar seu vocal em outras músicas. A coisa fluiu muito naturalmente e nos divertimos muito na gravação.

7 – Outra participação que caiu bem foi a da soprano Adriana Navarro. Como ficará para reproduzir as partes dela ao vivo? E como ficarão ao vivos os coros registrados no cd?
B.Y.: A Adriana foi minha colega de sala na faculdade de música, eu cursava composição e ela canto lírico. Acho a voz dela única. Quando fizemos a pré-produção do disco eu tive a certeza que contava com a cantora certa para aquela oração de São Anselmo em "Son of Messiah": Delicada e ao mesmo tempo forte. No show faremos o que muitas bandas estão fazendo há anos: a utilização de samples. Sem exageros, apenas as parte que não foi o HEVILAN tocando no estúdio.

8 – Como tem sido a receptividade da banda, na imprensa, e principalmente, pelo publico?
B.Y.: A imprensa está adorando o "The End of Time", chegamos a ter mais de uma nota 10. Pra uma banda que está começando, no primeiro disco, isso é algo raro. Mesmo fora do Brasil os reviews têm sido ótimos. Da receptividade do público nós teremos uma certeza maior quando fizermos shows maiores em 2014. O que posso adiantar é que no último show (23-11-2013 São José dos Campos/SP) tivemos uma primeira experiência real de ver o público cantando todas as músicas e até cobrindo a banda em algumas músicas, como "Loneliness". O Alex nem precisou cantar o primeiro verso... Foi algo marcante. E a tour ainda está só começando... Outro indicador de sucesso desse álbum é que na era da internet e do download ilegal nosso primeiro milheiro de CDs já está no fim no início da tour e divulgação.

9 - E quanto à visibilidade da banda no exterior? Há planos para a banda fazer shows pelo Brasil, divulgando o "The End of Time", e no exterior?
B.Y.: Há muita coisa pra acontecer em 2014. O EP "Blinded Faith" passou por 4 estados, nossa meta é no mínimo dobrar isso nesta tour do "The End of Time". No exterior é uma negociação mais complexa. O que posso dizer é que temos parcerias com gravadoras e lojas nos EUA e Japão e queremos fechar algo na Europa no primeiro semestre. Primeiro o CD chegará aos lugares para despertar algum interesse em shows no futuro.

10 – Gostaria de agradecer a banda, e parabenizá-los pelo ótimo trabalho. O espaço é de vocês para as mensagens finais.
B.Y.: Obrigado e nós que agradecemos pelo espaço. Convido a todos headbangers do Brasil a dar uma ouvida não só no Hevilan, mas em outras bandas que estão despontando no metal nacional. Temos uma ótima safra de bandas lançando ótimos álbuns. O mundo do metal não se restringe a banda cover e show internacional. Nada contra nenhum dos dois, mas não é só isso. Tem muita coisa boa por aí. Agradeço novamente ao ReiDJou pela oportunidade. Nos vemos na estrada.

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