Ricardo Primata - Entrevista

Autor: João Taboada   •   13/04/2024

https://www.reidjou.com/entrevistas/ricardo-primata-entrevista/
Postado por: João Taboada  •  165 hits


Ricardo Primata é um nome que dispensa apresentações quando se fala em guitarra rock e metal na Bahia. Com mais de 20 anos de carreira, Primata já lançou CDs, já rodou o interior da Bahia tocando e hoje administra uma escola de música em Salvador, a EMURP. Saiba um pouco mais sobre a história desse virtuoso da guitarra em entrevista para o ReiDjou!.


RD - Como e quando você começou a tocar? Foi por incentivo da família?
RP – Já tem algum tempo… tinha 7 anos e ficava vendo meu tio Paulinho tocando em sua guitarra clássicos do AC/DC, Black Sabbath... Aí quando ele saia para o trabalho, eu fazia o meu trabalho com a guitarra dele, rsrs...


RD - Você já lançou vários CDs e também já teve participação especial em materiais de outras bandas. Qual destes registros foi o mais importante para você? Algum deles lhe abriu portas no mundo da música?
RP – Realmente o ditado “música é como um filho” faz sentido, mas sem precisar trocar fraldas, lógico! É difícil dizer qual o melhor, pois cada um tem sua importância e retrata um determinado período. O CD Ritmia foi importante por ser o primeiro álbum full e que antecedeu meus CDs solos/instrumentais, e foi com ele que surgiram alguns convites como a primeira entrevista para Revista Guitar Player, a primeira parceria com marcas de instrumento e os primeiros contatos fora do país que me renderam matérias e viagens posteriores.


RD - Você é sobrinho de um grande bluesman daqui da Bahia, o falecido e saudoso Álvaro Assmar, este que tinha uma personalidade forte e que não se rendia a comercialismos. Assmar teve alguma influência sobre você?
RP – Sim, bastante! Ao comprar minha primeira guitarra, logo ao sair da loja fui ao encontro dele pra ouvir opinião e algumas dicas. Ao vê-lo tocar, ali na minha frente, foi um incentivo muito grande. Para não falar das conversas sobre música… ele me faz muita falta.


RD - Você já tocou em bandas de metal e, em especial, com a Slow, com a qual lançou até um CD. Mas no seu último album "Espelho da Alma" você divide uma faixa com Armandinho Macêdo (Armandinho, Dodô & Osmar) e com o repentista nordestino Bule-Bule, que são referências musicais bastante diversas de seu trabalho. Flertar com outros gêneros musicais é parte natural do amadurecimento de um músico?
RP – Também, mas, no meu caso, quando comecei toquei em banda baile e isso abriu um leque de estilos musicais que naturalmente fui incorporando ao meu jeito de tocar.


RD - Em cima dessa pergunta ainda, quais são as suas influências musicais?
RP – São muitas e de estilos e instrumentos diferentes: de Steve Howe do Yes a Hermeto Pascoal.


RD - A tirar por seus trabalhos solo percebe-se que você é muito ligado à música instrumental, um gênero que não tem muita saída comercial. Vale a pena investir ainda nesse gênero? Tem planos nesse sentido?
RP – Sim, estou atualmente preparando um novo trabalho instrumental. Esse estilo tem seu público fiel. Inclusive, é importante mencionar que em março de 2024 participei do Brasil Guitarras no Pelourinho que foi a reunião de 10 guitarristas e o evento foi sucesso!


RD - Hoje, existe uma diversidade de estilos musicais muito grande circulando na mídia, mas, em geral, focada na questão comercial, ou seja, músicas de fácil assimilação para retorno financeiro rápido. Você vê alguma perspectiva de mudança em relação a isso no futuro?
RP - Acho que sempre terá a música feita exclusivamente pra vender, mas acho que também haverá a música feita com o coração, com a preocupação da criatividade na criação.


RD - Independentemente disso, a mídia digital tem sido uma boa saída de divulgação?
RP – Sim, tempos modernos, e com a perspectiva de ser cada vez mais digital.


RD - Em 2012 você foi considerado um dos 70 melhores guitarristas brasileiros pela revista Rolling Stone. Qual foi a repercussão disso?
RP – Muito gratificante ter esse reconhecimento pelo meu trabalho. Na época, dei algumas entrevistas e tive música em CDs coletânea... e que ajudaram na divulgação do CD Espelho da Alma (a edição especial multimídia foi lançada em 2012).


RD - Ricardo Primata hoje é professor de música. Você iniciou com uma salinha perto do Shopping Yemanjá (Rio Vermelho) há vários anos e, hoje, sua escola, a EMURP (Escola de Música Ricardo Primata), tem várias salas e diversos professores. Você também é professor ou apenas administrador? Ainda sobra tempo para seu trabalho pessoal?
RP – Ensinar é algo que faz parte da minha vida! Sempre tento encontrar algumas horinhas a mais no dia pra dar conta de tudo! Hoje, a escola (ensinando 22 cursos diferentes) já “anda com as próprias pernas” e consigo dar conta dos diversos trabalhos.


RD - Fale um pouco sobre sua escola. Que cursos tem, que benefícios traz para seus alunos em relação a outras escolas, etc.
RP – A escola está evoluindo com os alunos. Temos aulas de canto e instrumentos nas modalidades presencial e online, além de aula de teoria musical em grupo para todos os alunos. Além disso, juntamos os alunos para tocarem em práticas em conjunto no auditório que temos dentro da escola (com capacidade para 90 pessoas), aulão tira dúvidas mensal, workshops, palestras e mesa redonda musical, dentre outros eventos. 


RD - Aparentemente, a EMURP lhe dá um bom suporte financeiro. Em vista disso, é mais vantajoso ser professor ou instrumentista? Pergunto porque acho importante também a realização de nossos sonhos e não apenas o que ganhamos no final do mês. Como você se enxega nessa situação?
RP – Tenho sorte de trabalhar com o que gosto e ter uma vida tranquila!


RD - Ricardo Primata ainda toca em eventos? Como fica sua agenda tendo que dividir com o tempo de administração da escola?
RP – Sim, além do meu trabalho instrumental, toco na banda de Adelmo Assmar, tenho também um projeto cover com amigos pra fazer a noite e tenho mais 2 projetos “no forno”, com guitarras mais “nervosas”!


RD - E para finalizar, você tem alguma mensagem para o público que está começando?
RP – Estude, dedique-se, coloque metas com tempo definido e viva todo dia intensamente na busca pelos seus sonhos!


 


Contatos Ricardo Primata:


PESSOAIS
Site pessoal: www.ricardoprimata.com.br
Instagram: www.instagram.com/ricardoprimataoficial
Youtube: www.youtube.com/ricardoprimata
E-mail: ricardoprimata@yahoo.com.br


ESCOLA
Site EMURP (Escola de Música Ricardo Primata): www.escolademusicaricardoprimata.com
Cel./Whatsapp: 71 9 9645-8046



 

Nosso Parceiro


Você sabia?

James Taylor
O Rock in Rio foi um divisor de águas não só para o público, que passou a acompanhar as atrações internacionais por aqui. Mas também para o cantor James Taylor. Em 1985, Taylor vivia intenso inferno astral: estava afundado em drogas e se divorciava da também cantora Carly Simon. Veio ao Rio de Janeiro por obrigação contratual. Mas o carinho dos fãs e a recepção de gala que teve foram marcantes. Comovido com o inesperado apelo, respirou fundo e decidiu tomar as rédeas (de volta) da sua carreira. Acabou gravando uma música: "Only a Dream in Rio" ("Apenas um sonho no Rio").

      
Design e desenvolvimento