Primeiramente, por que o nome SEU JUVENAL?
Edson Zacca - Basicamente procurávamos um nome que fosse bem mineiro e que não tivesse nada a ver com nome de banda de rock. Os nomes de nossas bandas anteriores já eram muito estranhos, "Detonation of Traveition (D.O.T.)", "Os Donátilas Rosários", dentro outras bizarrices. Juvenal é o nome do avô de dois dos integrantes da banda.
Quais as influências da banda? O que os inspira a compor?
Edson - Nossas influências são múltiplas. Mas posso destacar que para a feitura deste último disco escutamos muito punk e heavy anos 70 e 80. De Buzzcocks à Black Sabbath; Black Flag à Obituary.
A banda surgiu na segunda metade dos anos 90. Na época era comum termos bandas com nomes estranhos e som mais alternativo, mas a sonoridade de vocês abrange o rock em geral com um acento punk. Isso foi algo intencional? E hoje, como enxergam a cena daquele período quando surgiram? E como se vêem inseridos no momento atual do Rock nacional?
Edson - Quando começamos em 1997, naquela parte de Minas em que nos encontrávamos, divisa com SP e Goiás, existia todo tipo de banda convivendo (nem sempre em harmonia) e tocando nos mesmos lugares e festivais. Porém, elas não misturavam muito. Banda punk era banda punk, banda de metal era banda de metal. A gente apareceu misturando bastante e jogando pra dentro deste caldeirão ainda a música brasileira e o chamado rock alternativo. Este ecletismo fez parte da raiz da banda e está conosco até hoje. Nada foi muito intencional. Naturalmente o nosso som vai sendo moldado de acordo com nossas vidas e nossas personalidades. Atualmente vejo que conseguimos uma marca sonora que tem criado uma boa leva de ouvintes atentos. Seja pra curtir e virar fã seja pra nunca mais querer ouvir falar. Não tem muito meio termo não.
Vocês lançaram anteriormente dois CDs: "Guitarra de Pau Seco" (2004) e "Caixa Preta" (2008). Como foi a recepção deles e o quanto eles ajudaram vocês a chegarem ao momento atual?
Edson - A recepção foi bem morna do ponto de vista da mídia. A gente não trabalhou muito a divulgação. Porém conseguimos tocar em vários lugares e conhecer muita gente por causa deles. Além das experiências com estúdio que nos ajudaram, e muito, na produção de nosso último trabalho.
"Rock Errado" é o terceiro lançamento de vocês, e foi lançado diretamente em vinil. Por que resolveram lançar neste formato? E por que esse título?
Edson - Lançamos em vinil por causa do convite do selo Sapólio Rádio. Eles lançaram o vinil primeiro, depois o cd e agora liberaremos para download gratuito em nosso site nos próximos dias. Haverá uma boa divulgação.
Como tem sido a aceitação? Quais faixas tem se destacado mais ao vivo e perante a crítica?
Edson - O engraçado é que a crítica tem se dividido bastante nos apontamentos sobre as melhores músicas. "Homem Analógico" tem uma apelo mais imediato, então muita gente tem se identificado. Porém, algumas pessoas tem curtido o lado mais pesado. Já ao vivo acredito que quase todas funcionam muito bem. A música "Burca" é um exemplo muito bom disto. Tocar ela ao vivo é sempre um grande prazer.
O disco foi gravado em pouquíssimo tempo. Conte-nos como foi esse processo.
Edson - Em quatro dias gravamos o bruto do disco. Entramos no estúdio e moramos lá por estes dias. Já conhecíamos o produtor Ronaldo Gino do disco "Guitarra de Pau Seco". Estávamos muito bem ensaiados e prontos pro trabalho. Fluiu fácil e o resultado é esse.
Vocês lançaram um clipe para a música "Burca". Qual o motivo da escolha dessa faixa?
Edson Zacca - Na verdade ela foi escolhida porque eu vi em Belo Horizonte a ‘performer’ e atriz Nina Caetano do "Obscena Agrupamento" andando pelas ruas com uma burca escrevendo em cartazes e em alguns momentos até nas paredes e passeios algumas mensagens que alertavam sobre a situação da mulher em nossos tempos. Isto atraiu a atenção de muita gente que refletia, xingava, adorava e tudo mais que pode acontecer na rua. Achei punk pra caralho! E neste tempo, o Renato (batera do Seu Juvenal) já havia escrito a música. Colamos as duas coisas.
Quais os planos da banda para o futuro?
Edson Zacca - Estamos voltando pra estrada neste segundo semestre, lançaremos o clipe de "Homem Analógico" em meados de outubro, o nosso site com todo o disco pra download gratuito está quase pronto. Enfim, o lance é manter as pedras rolando.
Obrigado pela atenção. O espaço é de vocês para as mensagens finais.
Edson Zacca - Vou deixar aqui um pedaço da letra da música Rock Errado que resume bem o que é o Seu Juvenal:
"Sigo em frente enquanto 2 acordes só bastam pra fazer você dançar
Sigo em frente enquanto as pedras rolam passando por cima do seu som pasteurizado
Lá em cima os agudos se rebatem
Lá embaixo o grave treme a terra
Pego o peso da guitarra, tenho o baixo na pressão
Explodo o som da bateria, misturo tudo na fusão
Seu Juvenal é rock errado!"
Um grande abraço a todos e muito obrigado pelo espaço.
Mais Informações:
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RUSH e o Álbum 2112 RUSH e o Álbum 2112 – Quarto disco da banda canadense foi lançado em fevereiro de 1976. A gravadora queria um som mais palatável ao sistema, como The Kinks, a banda que mais se adaptou ao que a indústria queria, e exigiu do Rush um som no mesmo estilo, com ameaça de não renovar com o grupo. Insatisfeitos com essa decisão, mas ao mesmo tempo confiantes no próprio trabalho, os integrantes resolveram peitar os chefões da gravadora. O esforço valeu a pena e a música foi destaque do disco e elevou a banda canadense ao top das maiores da história do rock.
